PCP estranha decisão judicial contra "intenção de candidatura"

O candidato da CDU à Câmara Municipal de Lisboa manifestou hoje "estranheza" pela decisão judicial que impede Fernando Seara de concorrer nas eleições autárquicas deste ano, por ser tratar apenas de uma "intenção de candidatura".
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Em declarações à agência Lusa, a partir de Bruxelas, João Ferreira notou que o tribunal "não se pronuncia sobre uma candidatura, mas sobre uma intenção de candidatura", comentando a decisão judicial que impede o ainda presidente da Câmara de Sintra de se candidatar a Lisboa.

"A candidatura não existe em termos formais e há um tribunal que se pronuncia sobre uma intenção de candidatura", acrescentou o comunista. Fonte da candidatura liderada por Fernando Seara confirmou à Lusa que a formalização ainda não decorreu.

João Ferreira questiona-se sobre a "utilidade e o sentido desta decisão, porque não há candidatura".

O candidato da coligação entre o PCP, Os Verdes e Intervenção Democrática (CDU) argumentou que a "limitação de mandatos levada a um extremo absoluto constitui uma expropriação de direitos e garantias políticas essenciais dos cidadãos".

O candidato à autarquia lisboeta recordou que o partido se tem afirmado contra a lei de limitação dos mandatos.

"Há muitas, boas e justas razões para questionar a candidatura de Fernando Seara em Lisboa e que têm a ver com o seu projeto político", afirmou.

O social-democrata Fernando Seara está impedido de concorrer à Câmara de Lisboa nas autárquicas por decisão judicial, segundo um dos membros do movimento que interpôs a providência cautelar contra a candidatura.

Pedro Pereira Pinto, vice-presidente do grupo Movimento Revolução Branca, citou a decisão judicial, que lhe foi comunicada hoje.

O Movimento Revolução Branca tinha interposto sete ações populares para impedir candidaturas de autarcas do PSD, entre as quais as de Luís Filipe Menezes, no Porto, e de Fernando Seara, em Lisboa.

"Queremos prevenir a concretização de candidaturas ilegais, uma vez que na nossa ótica as mesmas violam a lei" de limitação de mandatos, explicou o vice-presidente do movimento, em meados de fevereiro.

A Lusa tentou contactar Fernando Seara, atualmente presidente da Câmara de Sintra, mas ainda não foi possível obter um comentário.

Entretanto, a assinatura formal do acordo de coligação entre o PSD, o CDS, o MPT e o PPM em Lisboa, inicialmente marcada para quinta-feira, "vai ser reagendada para uma data oportuna", segundo informação disponibilizada pela empresa de comunicação que presta assessoria à coligação. O PSD e o CDS já tinham formalizado a coligação.

Em novembro de 2012, a Comissão Nacional de Eleições deliberou que a lei que estipula que o presidente de uma autarquia não pode cumprir mais de três mandatos consecutivos se aplica apenas na mesma autarquia.

No dia 08 de fevereiro, o ministro Miguel Relvas, que tutela as autarquias, defendeu caber ao Parlamento clarificar a Lei da Limitação de Mandatos, depois de o coordenador autárquico do Bloco de Esquerda, Pedro Soares, ter revelado à Lusa a intenção de o partido recorrer aos tribunais de comarca para pedir a impugnação das candidaturas de autarcas que atingiram o limite de mandatos e concorrem a outros municípios.

A 07 de fevereiro, a associação cívica Transparência e Integridade anunciou que pretendia solicitar a intervenção dos tribunais para impedir candidaturas autárquicas de quem já tenha cumprido três mandatos noutros concelhos ou freguesias.

A RTP noticiou hoje que uma sentença do Tribunal Cível de Lisboa impede Fernando Seara de se candidatar a Lisboa nas eleições autárquicas deste ano.

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